Stop
Na entrevista da última sexta-feira o nosso portuguesinho Cavaco presenteou o mundo com uma formidável pérola de sabedoria. Houvesse Cavaco há mais tempo e a filosofia seria um livro fechado. Afinal falamos de alguém que nunca se engana e raramente tem dúvidas. Quando referem ao homem a possibilidade de um conflito com o primeiro-ministro, ele simplesmente responde que “duas pessoas sérias com a mesma informação têm de concordar”…
De facto se o Sr. Aníbal nunca se engana, para quê discutir. O importante são os “objectivos nacionais consensualizados” e ninguém melhor para definir quais são esses consensos que o Sr. Aníbal. Quem não concordar ou não está tão bem informado ou não é uma pessoa séria. Uma visão interessante da democracia…
Felizmente há sempre mais pessoas atentas a estas coisas e no Domingo de manhã Vasco Pulido Valente escreve a respeito desta frase: “Para ele a verdade é unívoca e, pior ainda, não custa nada estabelecer. O fanatismo nunca falou por outras palavras e quem conserva um reflexo de independência e liberdade com certeza que as reconheceu pelo que elas são: a raiz da mais cega e absoluta intolerância”.
O sempre atento Marcelo Rebelo de Sousa leu o comentário de Vasco Pulido Valente e diz que ficou a pensar nisso. Ao fim de muito deliberar chegou à conclusão que o raciocínio de Cavaco é “talvez demasiado simplista”. Supostamente, perguntou ao grupo de amigos com que costuma nadar, que “não se consideram intelectuais”, o que achavam dessa ideia. Claro que os amigos da praia lhe disseram que sim, que tinham que concordar, com a mesma informação só há uma maneira de vermos um problema.
E pronto, o povo é quem mais ordena, o importante é não discutir mas estabelecer consensos, sem discutir, porque não faz sentido. Simplesmente alguém ditará o caminho a seguir pelas pessoas sérias.
Antigamente estas pessoas tinham um nome muito feio, mas cada vez mais, as pessoas parecem gostar.
A ideia mais próxima de ser consensual que me vem à cabeça é que o Dr. Marcelo não anda a ler o suficiente.


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